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sexta-feira, 19 de março de 2010

CARVALHOS OU BANANEIRAS ?

Enfrentar problemas e dificuldades são coisas que não gostamos de experimentar. No entanto, queiramos ou não, um dia acabamos sendo açoitados por esse caos.
Tempos atrás, eu conversava com alguns irmãos e um deles levantou a seguinte questão: Será que Deus está mesmo atento às nossas dificuldades? Na verdade, esse corajoso irmão verbalizou uma dúvida que muitos trazem no coração.


Posso afirmar com toda segurança que Deus nos sustenta e nos protege em todas as circunstâncias. Ele não nos abandonou ao léu da sorte como pensam os fatalistas. (Na filosofia, o fatalismo é a concepção que considera que no mundo, os acontecimentos são produzidos de modo irrevogável. Não podemos evitá-los, são determinados antes de tudo).
Cremos que Deus criou todas as coisas e que as governa desde antes da fundação do mundo. Mas, e as dificuldades e o caos que enfrentamos na vida e no mundo?
Entendo que muitas tragédias enfrentadas pelos seres humanos são resultado de sua própria desobediência às leis da natureza. Sendo assim, terremotos, maremotos, tsunamis, acidentes e outras catástrofes estão ligadas a avareza humana e sua exploração desordenada. Quanto às dificuldades enfrentadas em relacionamentos, saúde, sonhos frustrados etc., seriam apenas motivações para experimentarmos o melhor de Deus em nossa vida.
Quando sou questionado sobre essas dificuldades, lembro-me do carvalho. O carvalho é uma árvore usada pelos botânicos e pelos geólogos como um medidor de catástrofes naturais. É a árvore que mais absorve as consequências de temporais. Quanto mais temporais e tempestades o carvalho enfrenta, mais forte fica! Suas raízes, naturalmente se aprofundam e seu caule se torna mais robusto, sendo quase impossível que uma tempestade possa arrancá-lo do solo ou derrubá-lo. Pelo fato dela absorver as consequências das tempestades, a robusta árvore, às vezes, assume uma aparência disforme, como se realmente tivesse feito muita força. Para um carvalho, cada temporal é mais um desafio a ser vencido e não uma ameaça.
Em contrapartida, lembro-me da bananeira. A bananeira é uma planta frágil que não resiste ventos fortes e grandes chuvas. Diante dos pequenos açoites da natureza, as bananeiras tombam e perdem seus frutos, causando prejuízos aos fruticultores.
Devemos tirar proveito das situações contrárias à nossa vida e ficarmos mais fortes, mais experimentados na fé, mas edificados. Somente com esta propensão é que conseguiremos praticar o que nos ensina a Palavra: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4:13). O Profeta Isaías, ao falar sobre a vinda do Messias, diz que Ele tiraria as vestes de luto e daria vestes de alegria. O Messias liberta os cativos e os planta como “Carvalhos de justiça para a sua glória” (Isaías 61: 1 – 3).
Se aprendermos com a lição do carvalho, seremos capazes de concordar com Davi: “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo” (Sl 23:4).

Se você estiver passando por problemas muito grandes, comporte-se como o carvalho e não como uma bananeira. Certamente, será só mais uma tempestade que irá torná-lo ainda mais forte.
Deus nos abençoe.

Rev. Ary Sérgio Abreu Mota