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domingo, 30 de novembro de 2008

NATAL COM OU SEM GLAMOUR

Tenho observado as pomposas festas que são realizadas no período do natal em nosso país. A cada dia são mais glamourosas e mais distantes de seu significado essencial: a encarnação de Deus. Há um verdadeiro encanto mágico criado em torno do natal com o objetivo essencialmente comercial. Não obstante a tudo isso, tenho observado fatos pitorescos que se impõe ao glamour das festas comerciais.
Tempos atrás estava de passagem pela cidade de Curitiba no Paraná, quando fui ver de perto a apresentação de um maravilhoso coral de crianças e adolescentes que se apresentavam nas janelas de um edifício promovida por um Banco internacional. A apresentação, de fato, era cheia de atrativos para uma população ávida por visuais encantados. Uma talentosa atriz encenava uma peça, enquanto as crianças completavam a cena com as músicas natalinas e do folclore brasileiro. Luzes, lâmpadas e estrelas davam um tom especial ao espetáculo que culminou com um show pirotécnico por milhares de explosivos. Pessoas bem vestidas, famílias inteiras se acotovelavam para tentar ver mais de perto o folguedo das crianças nas janelas do prédio. No meio a tudo isso, algo me chamou atenção. Um catador de recicláveis com seu carrinho abarrotado de papelão, papeis e garrafas, foi se aproximando empurrando um e outro e colocou seu carrinho em uma árvore próxima a mim. Uma pequena menina que aparentava não ter mais do que 8 anos, saiu de entre os papelões. O catador arrumou uma espécie de rampa de papelão e subiu no carrinho e segurou no ombro da menina que o chamou de tio. Com todo o cuidado ele segurou a menina que assistiu ao espetáculo alheia a todos e de um lugar privilegiado juntamente com seu tio.
Desse quadro tiro algumas lições do natal:
Primeiro: O natal de Jesus Cristo é para todos os povos e pessoas. Homens, mulheres, adultos e crianças. É para o pobre que vive do que a sociedade deixa cair ou considera lixo, é para milhares de pessoas que habitam as favelas e morros de nosso país, é também para aqueles que desperdiçam e acumulam bens.
Segundo: O natal de Jesus Cristo é muito mais do que festa e o glamour, ele é o natal dos que não podem comprar, não têm o que vender e apenas sobrevivem em meio ao caos econômico social em que vivemos.
Terceiro: O natal de Jesus Cristo é Deus dando uma demonstração de amor e segurança em meio ao caos. Deus está conosco. É como aquele homem segurando a sua pequena sobrinha para que visse melhor o espetáculo. Ela sabia que era arriscado, mas o braço de seu tio a segurava. Lembro-me da expressão do salmista “sob suas asas estarás seguro” (Sl 91:4).
O Glamour é dispensável já que Deus se fez carne e nasceu em um lugar simples rodeado apenas por vacas, cabras e jumentos. Contudo, o essencial é glorificarmos ao Senhor com toda a nossa força, vigor e honra.
Glória a Deus por que existiu um primeiro natal na nossa história.
Feliz natal.
Rev. Ary Sérgio Abreu Mota