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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

NA CONTRAMÃO DA HISTÓRIA



O Ministério Pastoral é uma caminhada com grandes desafios. Primeiro, o desafio da fé para estar abandonando tudo para se seguir um chamado de Deus. Aquilo que chamamos de vocação pastoral. Em segundo lugar, vem o desafio da convivência com pessoas diferentes, costumes diferentes e níveis sociais diferentes.
Outro grande desafio da vida pastoral é a disponibilidade para responder as grandes questões da vida e do tempo que nos encontramos. Nesse caso, é preciso estar atento a tudo o que acontece a nossa volta e ao que inquieta o coração da igreja nos tempos contemporâneos. Assim, uma tragédia local, um fato social, uma catástrofe, uma data comemorativa, um simples acontecimento no ambiente eclesial, mudanças políticas, crises econômicas ou qualquer fato que desperte o interesse social, poderá se tornar em um ponto de partida para uma reflexão que forneça orientação bíblica para o povo de Deus.
Desta maneira, as mensagens pastorais brotam do coração dos pastores com a única finalidade de oferecer respostas bíblicas às inquietações do coração de suas ovelhas.
Desde as últimas décadas do século XX a civilização ocidental tem feito muitos esforços para diminuir as distancias entre raças, culturas e mercados. Desde então o pensamento humano tem sido caracterizado por movimentos filosófico-teológicos que romperam com tudo o que, historicamente, tem sido crido como verdade fundamental, da qual não se poderia abrir mão. Esses movimentos têm tomado vários nomes como: secularismo, relativismo, pós-modernismo e pluralismo. Eles são movimentos que caminham juntos, cada um com as suas próprias características, mas há alguns sentidos em que eles se confundem e se sobrepõem. Nenhum deles é ofensivo ao outro. “O secularismo é o guarda-chuvas sob o qual todos convergem.” O curioso é que todos esses “ismos” estão de alguma forma amarrados à esfera temporal, sem qualquer noção de verdades eternas e sobrenaturais. Dias atrás reli o livro do Teólogo Inglês John Stott “Contra-cultura Cristã” (ABU Editora) no qual o autor faz uma importante análise do Sermão do Monte (Mateus 5 – 7). O Rev. Stott cita: “nós cristãos andamos na contramão da história...”
O termo “contracultura” identifica os movimentos que se desencadearam a partir da década de 1960, quando jovens se rebelaram contra o conservadorismo nas sociedades “avançadas” do ocidente. Mas o termo pode caracterizar todos os sentimentos de contestação ao modelo vigente em dado momento histórico, uma ruptura com o que é imposto pelos convencionalismos e passivamente acatado pela massa. Sendo assim, nós cristãos vivemos a contra-cultura, ou seja, vivemos na contramão da história.
Muitos cristãos sentem-se intimidados por não poderem expressar suas convicções religiosas ou morais diante do novo fundamentalismo que se prega nas universidades, nos meios de comunicação etc. Ter medo de falar de nossos valores é deixamos que uma visão torta do mundo nos domine. Nossa cultura tornou-se moralmente e religiosamente liberal e requer que todos sejamos igualmente liberais. Isso significa que, num futuro não muito distante, sejamos impedidos de falar da revelação bíblica do pecado ou mesmo de sustentar publicamente nossas convicções morais, sob o risco de sermos considerados preconceituosos e sermos massacrados pela ditadura das idéias contemporâneas.
Por essa razão, o conteúdo deste blog será aquilo que o Apóstolo Paulo chama de “não nos conformarmos com o presente século, mas transformar-nos pela renovação de nossa mente” (Romanos 12:2).
Boa leitura e boa reflexão.

Deus nos abençoe.

Rev. Ary Sérgio Abreu Mota