Segundo os arqueólogos, a cidade de Jerico é a mais antiga do mundo. É habitada desde o ano 8000 a.C. e é a maior demonstração de persistência da humanidade. Depois de erguida, foi destruída 22 vezes e reconstruída em todas elas. Algumas cidades, como Cafarnaum, foram derribadas uma única vez e assim permaneceram para sempre. Se formos hoje aquele lugar, onde Jesus realizou a maior parte dos seus milagres, só veremos ruínas. Entretanto, se nos dirigirmos a Jericó, vamos encontrá-la reerguida e totalmente habitada. Por que? Porque ela é um oásis em pleno deserto. Não importa quantas vezes a reduzam a escombros; cada nova geração que retirar o entulho vai achar águas vivas na “Cidade das Palmeiras”.[1] As preciosas fontes são a motivação para cada recomeço. Todos nós possuímos áreas na vida nas quais precisamos insistir nas reconstruções e restaurações, mesmo porque em cada uma delas há fontes de águas cristalinas. Fico impressionado com alguns “ilustres teimosos” que marcaram a história do nosso planeta. Thomas Edison conseguiu a lâmpada incandescente somente após 600 tentativas frustradas e a falência por falta de patrocínio. Ioshihiro Honda faliu duas vezes e foi humilhado quando apresentou seus protótipos, mas reconstruiu, aprimorou e inovou. Hoje figura como o pioneiro da maior corporação de motocicletas e motores do mundo. Anime-se! Deus é o Deus dos recomeços e das reconstruções. Neemias, Esdras e Josias que o digam.
Talvez você esteja precisando das reconstruções de Deus no casamento, na vida de oração, na vida emocional ou na profissão. Todos nós, algum dia precisamos de reconstruções. Pedro foi alguém de quem Jesus poderia ter se cansado, afinal, dele partiram palavras levianas de negação, atitudes bipolares de amor e ódio, dele partiram declarações teológicas e palavras ácidas de veneno letal. Não obstante, quando Jesus ressuscita, deixa o recado, dizendo: “Quero rever os discípulos e Pedro.” Pedro era um dos discípulos, então porque esta especificação? Não bastaria dizer: “Quero rever os discípulos?” Acontece que Pedro não acreditava mais na restauração, no reinício, na reconstrução e no perdão do Mestre. Os olhos do apóstolo estavam sobre os escombros. Para ele estava acabado o sonho do Messias, portanto as palavras acolhedoras do Mestre vieram como bálsamo para a alma torturada pela culpa. Pedro era alguém com temperamento impulsivo e caráter trôpego. Jesus não se cansou de Pedro e lhe deu uma segunda oportunidade. Aliás, o evangelho é a boa nova da segunda, da terceira, da décima e da centésima oportunidade. Thomas Carlyle, ensaísta e historiador inglês, ao concluir seu memorável tratado sobre a Revolução Francesa, cedeu o manuscrito a John Stuart Mill, também historiador, para a devida avaliação crítica. Stuart Mill, por sua vez, emprestou-o a colega, que depositou a valiosa obra sobre a escrivaninha. Numa manhã gélida do inverno britânico, a empregada, pensando se tratar de papéis velhos, acendeu a lareira com o manuscrito de Carlyle. Quando o historiador soube da tragédia, que dizimara seu mais precioso trabalho ficou estático por semanas. Debruçado na janela, enquanto assistia um pedreiro reconstruir um velho casarão, recobrou o ânimo e voltou a escrever todo o tratado novamente. Quem teve a oportunidade de ler os dois manuscritos confirmou que o segundo trabalho ficou melhor do que o primeiro.
A exemplo do apóstolo Pedro e Carlyle, muitos ficam atônitos frente aos becos sem saída onde terminam os sonhos, ideais e tentativas. Deus pode transformar nossos rascunhos em fidalgas obras de sua biblioteca, a partir de começos e recomeços, de construções e reconstruções.
Que o Senhor abençoe suas reconstruções.
Rev. Marcos Kopeska Paraizo 1ª IGREJA PRESBITERIANA INDEPENDENTE DE MARÍLIA
Publicado com autorização do Autor. Obrigada pela gentileza em nos abençoar com essa preciosa mensagem.
[1] Ilustração extraída: AGUIAR, Marcelo – Nos Desertos da Vida – Editora Betânia – 1ª edição, Belo Horizonte – MG, pág. 31
Talvez você esteja precisando das reconstruções de Deus no casamento, na vida de oração, na vida emocional ou na profissão. Todos nós, algum dia precisamos de reconstruções. Pedro foi alguém de quem Jesus poderia ter se cansado, afinal, dele partiram palavras levianas de negação, atitudes bipolares de amor e ódio, dele partiram declarações teológicas e palavras ácidas de veneno letal. Não obstante, quando Jesus ressuscita, deixa o recado, dizendo: “Quero rever os discípulos e Pedro.” Pedro era um dos discípulos, então porque esta especificação? Não bastaria dizer: “Quero rever os discípulos?” Acontece que Pedro não acreditava mais na restauração, no reinício, na reconstrução e no perdão do Mestre. Os olhos do apóstolo estavam sobre os escombros. Para ele estava acabado o sonho do Messias, portanto as palavras acolhedoras do Mestre vieram como bálsamo para a alma torturada pela culpa. Pedro era alguém com temperamento impulsivo e caráter trôpego. Jesus não se cansou de Pedro e lhe deu uma segunda oportunidade. Aliás, o evangelho é a boa nova da segunda, da terceira, da décima e da centésima oportunidade. Thomas Carlyle, ensaísta e historiador inglês, ao concluir seu memorável tratado sobre a Revolução Francesa, cedeu o manuscrito a John Stuart Mill, também historiador, para a devida avaliação crítica. Stuart Mill, por sua vez, emprestou-o a colega, que depositou a valiosa obra sobre a escrivaninha. Numa manhã gélida do inverno britânico, a empregada, pensando se tratar de papéis velhos, acendeu a lareira com o manuscrito de Carlyle. Quando o historiador soube da tragédia, que dizimara seu mais precioso trabalho ficou estático por semanas. Debruçado na janela, enquanto assistia um pedreiro reconstruir um velho casarão, recobrou o ânimo e voltou a escrever todo o tratado novamente. Quem teve a oportunidade de ler os dois manuscritos confirmou que o segundo trabalho ficou melhor do que o primeiro.
A exemplo do apóstolo Pedro e Carlyle, muitos ficam atônitos frente aos becos sem saída onde terminam os sonhos, ideais e tentativas. Deus pode transformar nossos rascunhos em fidalgas obras de sua biblioteca, a partir de começos e recomeços, de construções e reconstruções.
Que o Senhor abençoe suas reconstruções.
Rev. Marcos Kopeska Paraizo 1ª IGREJA PRESBITERIANA INDEPENDENTE DE MARÍLIA
Publicado com autorização do Autor. Obrigada pela gentileza em nos abençoar com essa preciosa mensagem.
[1] Ilustração extraída: AGUIAR, Marcelo – Nos Desertos da Vida – Editora Betânia – 1ª edição, Belo Horizonte – MG, pág. 31