Um soldado começou a gritar e acenar com
os braços para o pequeno grupo de prisioneiros... O grupo de prisioneiros de
guerra que estava trabalhando na construção da Ferrovia da Birmânia durante a
segunda guerra mundial, quando um dos guardas japoneses gritou que uma das
enxadas tinha desaparecido. O soldado fez questão de saber qual dos
prisioneiros havia furtado ou escondido a enxada.
Ernest Gordon, autor do livro "Um
milagre no Rio Kwai" conta essa história verídica. O soldado então começou a enfurecer-se,
entrando numa paranóia de fúria, e ordenou que o culpado desse um passo a
frente. Ninguém se mexeu. "Todos morrer! Todos morrer!" ele gritava,
preparando e apontando a arma em direção aos prisioneiros. Naquele instante, um
homem deu um passo para frente e o guarda o surrou até a morte com o cabo de
seu rifle. Quando eles retornaram ao acampamento, as ferramentas foram contadas
novamente e nenhuma enxada estava faltando.
Aquele soldado anônimo sacrificou a sua
vida para que seus companheiros pudessem viver. Muitos outros soldados tiveram
a mesma atitude. Isso é chamado de "sacrifício extremo". Qualquer um
reconhece que tal ato é nobre e bom. Por quê? Porque não há nada mais precioso
do que dar a própria vida por alguém. Jesus disse: "Ninguém tem maior amor
do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos"( João
15:1)
É por isso que admiramos mártires cristãos
desde Estevão (Atos 7) até missionários de hoje em dia que são mortos pelo
esforço de tentar levar a mensagem de Deus em lugares perigosos. É por isso
também que respeitamos pessoas que passam a vida a serviço dos pobres e
necessitados. Admiramos aqueles que são capazes de entregar-se a uma causa ou
em favor de conhecidos ou desconhecidos.
A páscoa nos faz pensar que, na
cruz, Jesus entregou sua vida por nós, morreu em nosso lugar. Todavia, a
sepultura não foi capaz de conter o melhor da história. No dizer de L. Boff
“...a grama não teve tempo de crescer ao redor da sepultura de Jesus”, a
ressurreição era plano de Deus... De fato, esse milagre é maior que o milagre
do Rio kwai, em que o soldado desconhecido deu sua vida por seus companheiros
de prisão. Jesus, ao dar a sua vida, pagou o preço por nossos pecados. Na visão
do profeta “...o castigo que nos traz a paz...”( Isaias 53:5) é o real sentido da páscoa.
Não fosse o milagre da morte e
ressurreição de Jesus, não estaríamos aqui
a falar do amor de Deus. Fomos salvos por esse sacrifício do “cordeiro
que tira o pecado do mundo” (João 1:29).
Na visão de João, em apocalipse, os anjos cantam “Digno é o cordeiro,
que foi morto, de receber o poder, e riquezas, e sabedoria, e força, e honra ,
e glória, e louvor” (Apocalipse 5: 12).
Por fim, cito as
palavras do teólogo Stanley Jones: “Nosso evangelho não termina num cadáver,
mas num Conquistador; não numa tumba, mas numa vitória”.
Aleluia, Jesus Ressuscitou!
Rev.
Ary Sérgio Abreu Mota