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domingo, 19 de agosto de 2012

PERDÃO. O PREJUIZO DA PAZ


Em nossos relacionamentos muitas vezes nos encontramos encurralados  quando surgem rusgas e conflitos. Quer seja no âmbito familiar, profissional, social ou mesmo dentro da igreja, o perdão muitas vezes se torna algo difícil de ser praticado. È comum encontrarmos pessoas magoadas e ressentidas que se tornaram vítimas de algum ato voluntário ou involuntário de alguém próximo. Nesse caso, perdoar não é fácil.

Contudo, sem o exercício do perdão estaremos contribuindo gradativamente para relacionamentos superficiais. O perdão autêntico é mais do que um ato de bondade, ou  generosidade, não é  um sacrifício em absolver o erro do outro. É,  antes de tudo, obediência a Deus e  prática do amor cristão. Estamos sempre perto de alguém e assim estamos sempre correndo o risco de magoarmos ou sermos magoados. Mas, o que é perdão? Para definirmos a palavra “perdão” vamos nos valer da língua grega na qual o novo testamento foi escrito. Encontramos a palavra “Aphiêmi”  e algumas variações que podem ser traduzidas como “cancelar, deixar, soltar, remir, desobrigar e não levar em conta”.

O Pastor e Psicólogo Fábio Damasceno em seu livro “A Psicologia do Perdão – IFC Editora” dá a seguinte definição: “Perdoar, em princípio, é liberar a culpa do outro e ficar no prejuízo.”  Para explicar esta ideia, o autor desenvolve o seguinte raciocínio: Quando alguém que deveria nos dar afeto, amor, elogios, nos agride, ela acumula conosco uma dívida que vai para o  “arquivo de cobrança” da nossa memória. Imaginemos que uma pessoa tenha 15 mil para receber, e tenha um débito com outras pessoas de 5 mil. Poderíamos dizer que esta pessoa está em ótimas condições financeiras. Mas, vamos supor que seus devedores não lhe paguem, ela estará em apuros, pobre e devendo.

                O grande problema das pessoas é que elas não estão dispostas a ter prejuízo, por isso não perdoam. Algumas até chegam a dizer: “Eu não estou sentindo vontade de perdoar!” Ou “eu perdoo, mas não esqueço!” A primeira coisa que precisamos compreender é que  perdão não é um sentimento e sim uma ordem e ordem de Deus. “E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas.” (Mc 11:25). Você não vai sentir vontade de perdoar, mas precisa obedecer a Deus, pois essa é uma condição até para que  sua oração seja ouvida por Ele. (Mt 6:15 e Tg 2:13).

                  Em toda a Palavra de Deus, encontramos o perdão como um desafio para a  vida Cristã. Não há limites para perdoar: “Senhor, até quantas vezes meu irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete,..., Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão.” (Mt 18: 21 a 35 e Lc 17:14). Se não perdoarmos, satanás levará vantagem sobre nós: “A quem perdoais alguma coisa, também eu perdoo; porque, de fato, o que tenho perdoado (se alguma coisa tenho perdoado), por causa de vós o fiz na presença de Cristo; para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios.” (II Co 2: 10 e 11). Por mais que perdoemos as pessoas que nos magoam e nos causam prejuízo, ainda será mínimo diante do ato de Deus em Cristo ter nos perdoado os pecados. Nós fomos perdoados e devemos perdoar uns aos outros ( Cl 3: 12 – 17 “Assim como Deus em Cristo vos perdoou, perdoai vós também uns aos outros”).

                  Deus nos capacite a optarmos pelo prejuízo.

 

                                                                 Pastor Ary Sérgio Abreu  Mota