Tenho
observado a multiplicação e proliferação
de igrejas nos últimos anos e a rotatividade dos cristãos e percebo que as igrejas tem se tornado uma
espécie de “supermercados da fé” e os cristãos se transformaram em
consumidores. As pessoas vão às igrejas
não motivadas pelo seu envolvimento com a pessoa de Jesus; mas pelo desejo de
adquirir as bênçãos que Jesus pode dar. Algumas pensam que fé é o poder sobrenatural que deve
ser usado para conseguir dinheiro, casamento, emprego, estudo, prosperidade
financeira e coisas do tipo; e tais pessoas devem ir à igreja para exercitarem
a fé e conseguirem todas essas bênçãos. Entretanto, de acordo com a Bíblia, a
fé genuína não está necessariamente relacionada com a aquisição de nenhuma dessas
coisas. Se fosse assim, então os macumbeiros, os bruxos e os feiticeiros seriam
pessoas cheias da fé bíblica.
Segundo
a Bíblia, a fé está ligada ao seu relacionamento com Jesus, à maneira como você
o vê, se aproxima dEle, se entrega a Ele e é mudado por Ele. Fé é deixar de
lado os interesses pessoais e abraçar os interesses de Cristo;
é abrir mão da própria vontade e realizar a vontade de Jesus;
é deixar de buscar as coisas para si mesmo a fim de buscar o que Jesus deseja; é morrer para si mesmo a fim de viver para
Deus.
Em João 6: 25 – 34, lemos
que Jesus repreende os seus seguidores que desejavam segui-lo apenas por causa
do pão que ele repartira a milhares de pessoas. Aqueles homens e mulheres que
estavam seguindo a Jesus tinham uma
mentalidade consumidora. O que as motivava era a idéia capitalista de
que seguir a Jesus poderia ser um bom negócio, uma boa fonte de renda e de
prazeres consumistas. Eles não estão tão interessados na pessoa de Jesus; eles
estão interessados naquilo que Jesus pode fazer por eles.
Mas o que se pode concluir
acerca deste tipo de pessoa? Em primeiro lugar, fica claro que eles não têm
qualquer relacionamento pessoal com Jesus. Eles já ouviram falar de Jesus, já
cantaram músicas que falavam de Jesus, já fizeram orações no nome de Jesus, já
receberam bênçãos de Jesus, mas não têm qualquer relacionamento pessoal com
Ele. Da mesma forma, essas pessoas não possuem um compromisso sério com a
Igreja de Deus. Quando são confrontadas por algum princípio da Palavra de Deus
ou quando não recebem a bênção que pediram, essas pessoas mudam de lugar ou de
religião; vão de igreja a igreja, de
religião a religião e de filosofia a filosofia.
Elas ainda não
experimentaram a salvação. Apesar de frequentarem a igreja, elas ainda não
nasceram de novo. Veja o que aconteceu com os consumidores que seguiam a Jesus:
“Ao ouvirem isso, muitos dos seus discípulos disseram: Dura é essa palavra.
Quem pode suportá-la? Sabendo em seu íntimo que os seus discípulos estavam se
queixando do que ouviram, Jesus lhes disse: Isso os escandaliza? Que acontecerá
se vocês virem o Filho do homem subir para onde estava antes? O Espírito dá
vida; a carne não produz nada que se aproveite. As palavras que eu lhes disse
são espírito e vida. Contudo, há alguns de vocês que não crêem. Pois Jesus
sabia desde o princípio quais deles não criam e quem o iria trair. E
prosseguiu: É por isso que eu lhes disse que ninguém pode vir a mim, a não ser
que isto lhe seja dado pelo Pai. Daquela hora em diante, muitos dos seus
discípulos voltaram atrás e deixaram de segui-lo.” (João 6.60-66).
Gosto muito da reação do Rei Davi, quando
vinha sendo perseguido pelo filho
Absalão que queria tomar-lhe o reino e estava no deserto com os poucos homens
que se mantinham fiéis a Davi, ele compõe o Salmo 63 e cita “Porque a tua graça é melhor do que a vida; os meus lábios te louvam.”
(Sl 63:7). Essa era uma declaração de fé que não dependia das bênçãos, mesmo
que a própria vida estivesse em jogo, ainda assim o salmista entendia que a
graça do Senhor era muito melhor do que suas bênçãos.
Creio que Deus nos abençoa
e nos sustenta, mas não podemos transformar o culto em um exercício de busca de
bênçãos, pois o grande objetivo do culto cristão é glorificar o nome do Senhor.
Que o Senhor nos dê maturidade Cristã.
Rev.
Ary Sérgio Abreu Mota
Aprofundando nosso conhecimento:
1 - Salmos 84: 1 – 12 – Alegria na presença de Deus
2 - João 6: 1 -15 – Multiplicando e repartindo.
3 - João 6: 25 – 35 – Fé consumista.
4 - Filipenses 4: 10 – 20 – Alegria diante das dificuldades
5 - consumista de bênção é
advertido.
6 – João 3: 16 – 22 –
Nossas intenções sob a luz
7 - Atos 8: 9 – 24 – Um consumidor de bênção Advertido.
8 - Apocalipse 14: 6 – 8 Nosso
propósito: Glorificar a Deus.