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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

MISSÕES. A GENTE FINGE QUE NÃO VÊ

Em 1993, um filme chamado “A Lista de Schindler”, do diretor Steven Spielberg, contava a história de Oskar Schindler, um empresário alemão que usou todo o seu dinheiro e conexões para libertar judeus de campos de concentração, em plena 2ª Guerra Mundial. O que mais me chamou atenção foi o fato daquele homem ter entregado seu próprio relógio e seu próprio carro para ser vendido e aplicado na salvação de mais um judeu. Aquele empresário empobreceu por amar o ser humano acima de sua fortuna... Olho para essa história, que dizem ser verídica, e penso: O que leva um homem a acreditar tanto em algo que o motiva a investir sua vida e todos os seus recursos dessa forma? Quando o profeta Isaias foi chamado pelo Senhor, se achou diante de Deus, que era glorificado por serafins. Naquela visão de Deus, Isaias olha para si mesmo e vê a sua miséria e grita: “Ai de mim, estou perdido, porque sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de impuros lábios” (Isaias 6: 1 – 9). Nessa experiência, Isaías vê a Deus, vê a si mesmo e sua miséria, vê ainda o povo e sua miséria. O que determinou sua reação e aceitação ao chamado de Deus foi sua “Visão”. A partir daquele momento, Isaias estava disposto a gastar seus dias e todo o seu vigor para levar ao povo uma esperança nova. O que o levou a investir tanto no trabalho do Senhor foi a visão que teve de Deus, de si mesmo e do mundo. Investir na obra missionária é investir em algo que acreditamos ser o propósito de Deus para o seu povo. Não podemos vendar nossos olhos diante do mundo. Há sete bilhões de pessoas no planeta. Só na região menos evangelizada do planeta, chamada de janela 10/40, uma região entre o oceano Atlântico e o oceano Pacífico, nos paralelos 10 e 40 de latitude norte, são 54 países com 2,6 bilhões de habitantes. A lista de povos não alcançados pelo evangelho consta hoje de quase 3 mil povos, ninguém falando de Cristo, nenhum trecho da Bíblia traduzido, alguns não tem idiomas conhecidos. Além de povos e etnias, temos diversos grupos étnicos dentro das próprias cidades, são ciganos, chineses, latinos, quilombos, góticos, travestis e prostitutas, população de rua etc. Soma-se a toda essa carência, etnias e castas que não são alcançadas e que necessitam de um trabalho efetivo de evangelização. São grupos étnicos com poucos integrantes, menos de mil pessoas. Quando o Senhor Jesus passava por Sicar, na província de Samaria, encontrou uma mulher próxima a um poço, com a qual inicia um diálogo evangelístico. Seus discípulos chegaram e ele disse: “Vede os campos que estão brancos para a ceifa” (João 4:35). O Senhor “via” naquele encontro com a mulher samaritana uma possibilidade de alcançá-la e de alcançar seu povo com abundante graça. Em outra ocasião, encontramos Jesus olhando para o povo: “Vendo Jesus as multidões compadeceu-se delas, porque estavam aflitas, exaustas como ovelhas que não têm pastor” ( Mt 9:36). A partir dessa visão das multidões, Ele desafiou os discípulos dizendo: “A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai ao Senhor da seara que envie mais trabalhadores” (MT 9:37). Desta forma, o Senhor Jesus, “Vê as multidões”, “Vê as necessidades” e “vê as possibilidades”. Mais trabalhadores, com a mesma visão, seria a meta para alcançar a seara ou os povos. Por tudo isso, temos nítido em nossa mente que “Missões é a batida do coração de Deus”... Será que vamos continuar fingindo que não vemos? Rev. Ary Sérgio Abreu Mota